Relacionamentos tóxicos e responsabilidade afetiva
Lendo mensagens das redes sociais, me percebo perplexa e muito preocupada com a forma que estamos conduzindo nossos relacionamentos.
A impressão que eu tenho é que viramos leitores de vários trechos incompletos de livros de auto ajuda de 5a categoria, e pior damos a interpretação que nos convém.
Fala-se muito de pessoas tóxicas, que devemos nos livrar delas como se não houvesse reciprocidade, isso nos tira a responsabilidade e ainda nos faz acreditar que somos vítimas dessas almas perdidas e cruéis. Afinal, é mais fácil lidar com a realidade adaptada em que o problema é o outro.
E ai? Será? É difícil olhar no espelho e se perguntar: e eu nessa história, onde eu agi de forma inadequada ou disfuncional? por que permiti que as coisas chegassem a esse ponto?
Enquanto a “culpa” é terceirizada, eu sigo tranquilo sem me responsabilizar pelo que eu faço ou pelo que eu permito que façam comigo, porém seguimos tratando as pessoas sem responsabilidade afetiva, onde não nos importamos com o mal que podemos fazer a alguém ao descarta-la de nossas vidas.
Esse texto é pra chacoalhar as nossas cabeças!!!
Vamos ter um mínimo de empatia e tentar sentir o que o outro sentiria ao ser ignorado por nós? Vamos tentar imaginar a destruição emocional que isso pode provocar.
Estamos adoecendo como humanidade, ficando indiferente a dor do outro, sendo cada vez mais egoistas considerando que apenas a “minha” dor é importante, pouco pensantes quando fazemos um julgamento unilateral e já saímos com a sentença e punição.
É claro que com isso não estou dizendo que você é obrigado a conviver com alguém que te faz mal ou te agride, mas estou provocando um pensamento crítico com o objetivo de te levar a pensar sobre forma que você vem se relacionando, e se for necessário provocar mudanças, que sejam com responsabilidade afetiva, levando em consideração os sentimentos e as emoções do outro.
Sejamos mais humanos, sejamos mais gentis, sejamos mais pensantes!!